Retorno à casa que morei por muitos anos, uma vida.
As portas são as mesmas que me deram passagem quando parti.
Algo há que não mudou.
Enquanto eu não sou mais o mesmo.
Os sofás perderam tons.
Ganharam rasgos as poltronas.
Essa casa é um ar que respirei.
Encontro conforto na última gaveta.
Da consciência.
Um pedaço de mim que por aqui ficou esquecido.
A esperança que o adulto saberia ver a criança.
Que ainda espera pela chegada dos seus.
Mas para isso .
Essas portas não se abrem mais.
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