sábado, 19 de maio de 2012
Kaligrafia
Caligrafia.
Kalós grafos.
Grafar o kalós.
Grafar o belo.
Escrever o belo.
Assim traduzo.
O que em grego.
Não era letra bonita.
E foi cooptado.
Pela primeira professora.
Como se pela beleza da forma.
Estivesse o caminho do belo conteúdo.
Vivi o mais azedo.
O mais acido.
Cáustico.
A solidão.
A sombra do abandono.
A dor.
E despertou em mim.
Uma tremenda vontade.
De escrever o belo.
Na verdade transcrevê-lo.
Mudá-lo para o papel.
Sem subtraí-lo.
Ver na fragilidade dos fatos.
Sua delicadeza.
Sua singeleza.
Aquela oportunidade única.
De encontrar o belo.
E então grafar.
No meu caderno.
De kaligrafia.
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