sexta-feira, 18 de maio de 2012

Venho para casa. Chego de madrugada da viagem longa. Abro a porta como se fosse minha alma. Respiro o ar guardado da outra semana. Vejo os brinquedos que sobraram no sofá. O piano ficou aberto e o tapete fora de lugar. Me aproximo como quem se distancia. Sinto o doloroso conforto de estar só em casa. Casa que já não sei quanto tempo não moro. Camisas e sapatos procuro em armários errados. Difícil quando não encontro as partes minhas. Faço de contas que não faço contas. Me lanço como sementes ao vento. Onde cairão ? darão fruto ? virarão alimento ? Sementes de toda humanidade. Que carecem significado. O que faz essa porta que abro ser tão diferente. É o mesmo que a faz tão igual . É o que me põe em contato quando me faz entrar. Isto é, com o mais fundo de mim.

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