sexta-feira, 18 de maio de 2012

Por trinta anos gravitei a figura de meu pai. De tal forma que pensei ser assim. Depois disso continuei o gravitando. E como um planeta cansado me afastei. No esforço inútil de gravitar outro alguém. Me reverti. Como um imã ao pólo oposto. Como um acido a uma base. E hoje caiu a ficha. Não gravito mais ninguém. Não quero substituir nenhuma figura. Não quero criar conforto . Me disponho a me inteirar. Gravitar a imensa vida. E ser quem sou.

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