São altos
Imitam montanhas
Medidas tamanhas
Se ocupam
De gente de toda idade
Ombream-se
Enquanto sombream-nos
Fazem-se eternos
Como invasores de horizonte
São concretos
Com janelas de alma
São cinzentos
Da poeira não sabida
São ruidosos
Em esquinas disformes
Ângulos sem angulosidade
São apenas blocos esculpidos
Analíticos
São duros como quem os pensou
São abrigos da batalha
Que só se perde
E por isso
Resistem mais do que nós
Que nada mais podemos fazer
Que contemplá-los
Como filhos
De nosso próprio medo
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