sexta-feira, 8 de abril de 2011

Edifícios

São altos

Imitam montanhas

Medidas tamanhas

Se ocupam

De gente de toda idade

Ombream-se

Enquanto sombream-nos

Fazem-se eternos

Como invasores de horizonte

São concretos

Com janelas de alma

São cinzentos

Da poeira não sabida

São ruidosos

Em esquinas disformes

Ângulos sem angulosidade

São apenas blocos esculpidos

Analíticos

São duros como quem os pensou

São abrigos da batalha

Que só se perde

E por isso

Resistem mais do que nós

Que nada mais podemos fazer

Que contemplá-los

Como filhos

De nosso próprio medo

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